A transfusão sanguínea é fundamental para o tratamento da anemia aguda consequente a sangramentos importantes. Principalmente em grandes cirurgias, nas quais os mecanismos compensatórios do organismo não estão sendo suficientes para manter a oxigenação adequada dos tecidos, ou seja, quando a demanda de oxigênio é maior do que a oferta desse gás. Assim, a necessidade premente de transfusão de sangue e derivados é inevitável em casos de anemia aguda, como em sangramentos intraoperatórios.
No entanto, transfusões sanguíneas podem apresentar complicações infrequentes, mas algumas vezes letais. Dividem-se essas complicações em dois tipos: infecciosas e não infecciosas. A transmissão de microrganismos é rara, mas tomou notoriedade imensa na mídia principalmente quando a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids) surgiu em meados dos anos 80 e o risco potencial de transmissão via transfusão de sangue. Muitos outros microrganismos podem ser transmitidos, como os vírus das hepatites B e C, o Trypanosoma cruzi da doença de Chagas, os vírus HIV 1 e 2, o vírus HTLV e o Treponema pallidum, que transmite a sífilis.
Outros agentes infecciosos que se acredita serem transmissíveis são os príons, outro tipo de agente infectante que transmite a doença de Creutzfeldt-Jakob, mais conhecida como doença da vaca louca, o vírus Epstein-Barr, o Herpesvírus 8 e até mesmo parasitas, como é o caso da malária. Mas todos os testes necessários para identificação desses agentes são realizados antes do sangue ou derivados serem utilizados.
As complicações não infecciosas são mais frequentes. As principais complicações não infecciosas são:
Apesar dos potenciais benefícios da transfusão, principalmente em pacientes com sangramento expressivo e queda importante da hemoglobina e hematócrito, devemos utilizar a transfusão sanguínea com bastante critério para que o “remédio não se torne um veneno”.
Dr. Adriano Fregonesi – Campinas, SP